Da minha janela podia ver, ao fim da tarde, uma rua deserta e fria recuando da sua actividade frenética habitual, perante o avanço de uma noite que se adivinhava ainda mais gélida.

Atrás das nuas e dormentes árvores podia admirar, lá ao fundo uma mancha de sol que se refastelava, por efémeros minutos sobre a torre da igreja, dando-lhe mais motivos para se envaidecer da sua reconhecida beleza.

O tempo parecia que parava à espera...

À espera do tempo da paragem anual. Do Natal.

Tudo parecia, ali, longe do rebuliço das lojas e centros comerciais, parar... suspender-se, como se não houvesse que fazer nada mais, senão esperar.

Momentos de paragem e de nostalgia. Tudo parado para nos dar tempo de recordar. Outros tempos. De há muitos anos. Em que o Natal era de ansiedade e expectativa, pelo dia de todas as alegrias. Pelas prendas, pelos dias em família, no quente e protector espaço do lar.

Aquela luz alaranjada sobre a torre lá ao fundo deu-me vontade de parar, também. De regressar a casa, a um espaço morno, de lareira, e vivo, da actividade das crianças.

Mas, mais do que parar por uns minutos ou umas horas, deu-me imensa vontade de parar e deixar este tempo fluir. Até à renovação que vem com esta paragem do tempo. Com este tempo ao retardador. Esperar. Apenas. Por um tempo novo. Um ano novo. E tudo recomeçar!

A todos os que me lêem. Que parem por um tempo. Uma fracção de tempo e que se deixem levar, podendo saborear um Natal e um recomeço de Ano Novo.

Feliz Natal!
Vamos fazer de 2005 um Ano Fantástico! Posted by Hello

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Millennium de Stieg Larson: Os homens que odeiam as mulheres

A memória cada vez mais triste do 25 de Abril