Três mortes...

(Sem ver o que hoje se escreveu, pela bogosfera, sobre a morte de Álvaro Cunhal, de Vasco Gonçalves ou de Eugénio de Andrade, para não me deixar sugestionar)

Morreu Cunhal...

Custa a morte dele, pois já tive de ver e ouvir Soares tantas vezes, vezes de mais...e outras ainda piores. Dizem todos que foi um grande homem. Inteligente, sim. Líder, sim. Organizado, decidido, convicto, persistente, lutador. Tudo isso, sim. Mas que mais? Também perigoso, irresponsável: de que serviram as nacionalizações (perdão, roubos de empresas de outros), as manifestações, greves...algumas sim, mas o clima de instabilidade...olhe-se para Espanha e comnpare-se! Hoje pagamos e muito caro o que homens como ele nos fizeram ao país. Não tenho nem uma réstia de dúvida. E eu saí à rua na primeira mainifestação do 1º de Maio em 74 e depois voltei já em 1975... e fiquei-me por aí, quando assiti ao quebrar das sedes do CDS, das agressões de rua a manifestantes do PSD, quando tentavam colar cartazes de campanha eleitoral...os meus prórpios irmãos foram agredidos por esses anos de 75 e 76..em nome de Cunhal. Fico-me com essa memória dos seus feitos, se não se importam!
( uma memória tão degradada que até me esqueço dos seus dotes artísticos...que pena)

Vasco Gonçalves:
Nada me custou na morte dele...pois foi o homem de mão de Cunhal e pouco mais. Agora dizem.nos que tinha ideias... mas, na altura eu já lia, e tentava manter-me informado...lembro.me muito bem dos seus discursos, estúpidos e vazios, típicos de um militar sem nada de cerebral. Nesta óptica, que diferença para Cunhal! No resto... foi o executante das nacionalizações. Esses roubos institucionalizados que envergonham Portugal. Se os antigos donos dos impérios económicos não serviam a um país democrático, também o que veio depois não melhorou nada. Mas atrasou-nos o desenvolvimento... que ainda aguardamos...
Um desperdício de tempo e uma vergonha é o que penso do "camarada Vasco".

Eugénio de Andrade:
Um enorme poeta. Também politicamente polémico... mas tão grande na sua arte que tudo se lhe perdoa...e aliás era um direito dele (porque as suas ideias não nos empobreceram e até nos engradeceram). Este sim, uma perda enorme!

O Poeta que escolhia as palavras simples e belas, para nos encantar os dias. Um homem simples e de grande visão.

Um músico das palavras.

Este poeta devemos chorar, como alguns dos seus poemas choraram por nós!

O grande Poeta nada tem de comum com os outros dois (pessoas que infelizmente a História não deixará esquecer, como não se esquece de Salazar...)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Millennium de Stieg Larson: Os homens que odeiam as mulheres

A memória cada vez mais triste do 25 de Abril