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A mostrar mensagens de janeiro, 2008

Crise Financeira e Optimismo desproporcionado do nosso governo

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Será de elogiar o aparente optimismo de Sócrates quanto à crise financeira mundial que se começa a alastrar? Não me parece... Portugal está inserido no espaço económico europeu e é uma das economias mais dependentes, nesse espaço, da situação económica e financeira tanto de países europeus, como dos Estados Unidos da América e de países orientais. É que Portugal deve o seu parco, muito parco crescimento do PIB às exportações para países como os da União Europeia e os EUA. Mas também depende, no equilíbrio da sua balança comercial, das compras feitas a oriente, e também, principalmente a Espanha e Alemanha. Se Espanha tem neste momento um superavit, tem também uma crise crescente, pois o comportamento bolsista das empresas de construção - quase o único e verdadeiro motor económico espanhol devido à forte imigração do norte África- tem sido muito negativo e as maiores empresas do sector apresentam já fortes perdas, muito comprometedoras dos seus resultados. Mas em Espanha há outros probl

Livros... mas não obras literárias

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A moda dos livros sobre enigmas, mistérios, segredos nunca antes desvendados pegou de tal forma por todo o mundo que, hoje, é difícil entrar numa qualquer livraria e não dar de caras com uma dessas 'pérolas' da literatura em destaque. Estão por todo o lado. Os seus títulos são ‘muito interessantes e sugestivos’...de tal modo que é quase possível ‘cloná-los’ ou fazer um pequeno jogo, juntando-os, mais ou menos assim: “O Legado dos templários” (Steve Berry), descoberto com o “Mapa dos ossos” (James Rollins), ou “ O segredo de Shakespeare” (Jennifer Lee Carrell), que nos desvenda “O sangue dos inocentes” (Júlia Navarro) já muito antes encriptado no “Mapa do Criador” (Emílio Calderón)... Enfim, qualquer pessoa mais criativa do que eu faria melhor deste ‘jogo’, mas é só um exemplo de alguns títulos que, afinal, dizem o mesmo. Há um mistério universal, de muito alcance para a humanidade, desvendado no livro ‘tal e tal’. Para mim são títulos hilariantes e todos soam ao mesmo. Mas não

O tempo, a nossa vida e a verdade que não chegamos a conhecer

Ao longo da vida, em cada momento, conhecemos dela o passado e o momento que vivemos. Não há, aparentemente, forma de saber alguma coisa sobre o futuro. Parece lógico, mas talvez não seja bem assim... Para já, é trivial dizer-se que o nosso passado e presente podem ser estimulantes, indiciadores ou condicionantes do nosso futuro. Sei do meu passado e vivo e sinto o presente. Do futuro, sei que há vários trajectos possíveis, vários futuros possíveis, mas sem saber bem os mais prováveis. Ou talvez não seja bem assim. O único certo é a morte. Mas o queria escolher para mim é condicionado por parte do meu passado e muito pelo presente. Será que conhecermos, termos conhecido, as pessoas que nos foram surgindo na vida, e não outras, não dá outras possibilidades ou condicionantes, ou até determina o nosso futuro? O futuro que gostaríamos de ter? Para mim é claro que tem de haver influência dessas pessoas, já sentida no presente, vivida no passado, recente ou não, mas com existência, possível

Que políticos temos?

O líder do PSD anda a fazer o quê da nossa política? Por que razão não temos alternativa credível perante um Governo tão parco de imaginação e criações positivas? Se temos uma vida política cada vez mais presente nas nossas vidas, e passamos por um momento tão pobre da nossa democracia, que nos resta de esperança para os próximos tempos? Temos um Governo arrogante, mas sem obra positiva. Anúncios de reformas, que são alteradas todos os dias, ao sabor de sondagens e de clientela. E temos na oposição, na que teria condições para ser mais viável em termos de governação, uns tantos políticos que se entretêm mais com jogos de ‘ser do contra’, e se ocupam de casos menores, fazendo propostas que até nos parecem brincadeira de putos, sem uma ideia positiva. Quantas pessoas de vulto público têm coragem para dizer que esta política financeira está a arruinar o país? Uma política estilo Salazar, mas com a desvantagem de aquele ter diminuído a despesa e os de agora nem isso conseguirem, mas também

Aeroporto 'Jamais' no deserto

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Há uns bons anos, nos Estado Unidos, surgiu uma cidade no deserto. A partir do nada: Las Vegas (uma cidade surrealista e polémica, pelos aspectos ambientalistas e não só). Em Israel, os melhores engenheiros de hidráulica agrícola do mundo fizeram surgir produções agrícolas onde antes se julgava inviável qualquer prática produtiva nesse sector. Entre outras coisas isso permitiu a Israel ser hoje um dos principais produtores mundiais de flores, sementes e estacaria para produção de flores de corte, hortícolas e, principalmente, citrinos. Agora Portugal vai fazer nascer um projecto novo no 'deserto': o novo aeroporto de Lisboa. E até já tem nome: Aeroporto Jamais Uma decisão sensata e inteligente, pela qual estão de parabéns, desde logo, os habitantes da margem esquerda do Tejo, a designada margem sul...ou 'deserto' (desculpem-me a graça já não faz sentido, eu sei...), os portugueses sensatos, os habitantes da região de Lisboa e até, vamos lá conceder, o próprio Governo! A

Pintar ou escrever

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Há pouco pensava qual o processo que me leva a escrever e as razões para tal, tal como o processo que leva a pintar. Não sei se consegui uma imagem clara. A corrente da escrita surge em muitas pessoas como necessidade de comunicar, logo por terem ouvido alguém, ou observado alguma coisa que lhes pareceu destacar-se do restante ao seu redor. Também comigo, por vezes. Ou por que em dados momentos, de tristeza ou de alegria, há esse impulso incontrolável de comunicar sentimentos. Mas por vezes é do vazio que surgem as coisas. Do profundo e aterrador vazio. Desse lugar da solidão que nos rouba o ar, nos tira o ânimo, nos derruba os sonhos. È o espelho e é para pintar o reflexo desse buraco negro que nos traz um peso ao peito. Do cinzento mais carregado de nós mesmos. Que nos torna cativos do nosso lado mais negro. Outras vezes, vem da euforia que nos trouxe alguma alegria imensa. De uma felicidade que se solta e rasga do peito para fora de nós. Um vulcão de energia que alguém ou algum acon

Ar limpo e medidas fundamentalistas

Um novo ar começa a fazer-se sentir aos poucos nos nossos espaços fechados. Pode ser fruto de uma lei exagerada, mas o tempo irá dar razão a uma medida como esta. Sabemos que não foi por um rasgo de inteligência que se fez esta lei, mas apenas por este governo grassar no nosso controlo diário, estrangulando tudo o que puder, passando o rolo por cima de tudo, numa febre de tudo marcar, dominar, manipular... Há, de tempos a tempos, políticos e políticas assim. Agora são os limites de 30 (!) km horários... Já só falta o 'chip' para registar o que pensamos e criar espasmos quando temos pensamentos contra o Grande Timoneiro... No meio de tudo isto haverá coisas boas que vêm por bem e coisas boas que vem por mal...mas há muitas, muitas que serão sempre más. Se continuarmos nesta letargia...e não despertarmos nunca com espírito crítico e interveniente...

Turn my grey sky blue

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Neste Inverno acanhado, seguimos essas ruas cinzentas tristes Olhando o chão, olhando o céu, Procurando em nós aquilo que os olhos Para fora de nós não conseguem ver São dias de tristeza apenas aparente? São dias de uma Natureza em recuperação Estes cinzentos céus das nossas cidades Estes frios e húmidos dias de Inverno acanhado Esperam o acordar, dentro de nós, fora de nós Sabemos que chega, mas tarda a chegar Um dia melhor que nos faça acordar Que liberte as coisas naturais do seu sono anual Que nos deixe sair de dentro de nós Neste dormir que não desejámos Feito triste e frio por vontades alheias, ou por falta delas Vamos por essas ruas, olhando o chão, onde apenas lágrimas Dão a humidade aos dias, turvam os nossos céus Esperamos o tempo da nossa secura, de dentro De uma secura...para sempre? Olhamos o chão e olhamos o céu... Não vemos ainda o tempo que há-de chegar Mas já sabemos como há-de vir... E o que irá de nós fazer.

A Ota e os estudos

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Muito interessante todo este frenesi sobre a localização de um novo aeroporto de Lisboa. Um país de dez milhões de pessoas com dezenas de milhares de empresas, centenas de problemas graves para resolver, parece ver o seu futuro muito dependente da Ota e de Tgv’s... Agora há um novo estudo! Da douta Universidade de Coimbra. Se o Governo já houvera decidido, este estudo e tantos outros que surgiram e mais os que ainda hão aparecer (pró Ota, querem apostar?) já vinham a tempo... Lá estamos nós com o problema das decisões, certas, erradas, fora ou dentro de tempo certo. Mas este estudo é interessante. Dizem que a Ota é mais barato. Aliás, claramente mais barato! Por causa das infra-estruturas. Porque, dizem, o que é importante para um aeroporto são as infra-estruturas de comunicação com ele... E eu, bem sei que não sou de Civil, que pensava ser mesmo o aeroporto em si. As suas capacidades de gestão e manutenção em segurança do tráfico aéreo e...Ah! A proximidade com os grandes centros que

Racionalidade, emoções e decisões

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Todos nos confrontamos com decisões. E todos as tomamos certas, umas, erradas, outras. Em geral conseguimos saber do acerto das nossas decisões pelos resultados obtidos. Mas muitas vezes nem assim, nem passado muito tempo, somos capazes de aferir da sensatez, equilíbrio ou adequação das nossas tomadas de decisão. E já não irei aqui discutir as diferenças, grandes ou ténues entre decisões, tomadas de decisão ou execução das mesmas. Tomemos um exemplo que pode parecer despropositado, exagerado ou até absurdo (como exemplo para o que de seguida quero dizer). Quando Hitler e os Nazis tomaram a decisão de exterminar uma raça, ou melhor os partidários de uma religião, por sinal das mais antigas do mundo, os Judeus, estariam ou não convencidos de terem tomado uma decisão acertada. Tendo em vista os seus objectivos, sobre os quais hoje muito se conjectura, claro, mas pensemos apenas no controlo de áreas industriais e financeiras que estariam naquela época - não foi assim há tanto tempo...acaut

A verdadeira crise das nossas sociedades – II

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Uma sociedade informada, mais culta, com espírito crítico, não está protegida do surgimento de autoritarismos, de individualidades que carregam consigo essa marca indelével de tudo e todos querer controlar, de se verem a si mesmos como detentores e verdade, de conhecimento e de capacidade de liderança, que outros, nenhum outro, a tem. Uma individualidade assim, tem tido este país infeliz, demasiadas vezes. No nosso caso português, tal pode explicar-se, com talvez demasiada ligeireza, como consequência da falta de espírito informado e crítico e, em consequência, de participação social, política, religiosa e cultural. Um verdadeiro espírito de intervenção social. Esse espírito e mais do que isso, essa atitude e postura social, existe e é facilmente reconhecida nas sociedades dos países nórdicos. Um individualidade assim, abrangente, totalitária e manipuladora é que temos hoje na pessoa do Primeiro-ministro Sócrates, Mas já o havíamos tido em Pombal, em Salazar, em, inclusive, embora com

A "Lei do Tabaco"

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Nunca fui fumador. Esta é a primeira coisa que preciso, desde logo, de deixar claro. Não tendo nunca fumado, excepto um ou outro cigarro ou charuto em raras ocasiões, não sou, nem nunca fu também um fundamentalista anti -tabaco. É certo que o fumo dos outros me incomoda, e sempre incomodou. Na minha casa paterna quase todos fumavam: o meu pai e os meus irmãos. Excepto eu e a minha mãe. Já nesses tempos em que vivia com os meus pais, o fumo de quem fumava me incomodava. Mas cedo me habituei a tolerar esse fumo. Confesso que hoje, principalmente em alturas das refeições, esse fumo que me chega das mesas ao lado ou de alguém próximo de mim me incomoda mais. Mas pelo que li sobre esta lei, que pretende proteger quem não fuma, parece-me mais uma prepotência fundamentalista, extremista, do que alguma coisa sensata. E vinda de uma administração do Estado que fomenta a produção de tabaco, através de subsídios a produtores e fabricantes... Tenho mais dificuldade em entender uma lei assim, com a

A verdadeira crise das nossas sociedades - I

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Em poucos anos, fruto talvez da rapidez a que nos impulsionaram movimentos acelerados como a globalização económica e cultural, e crises do petróleo e de moedas fortes como o Dólar e a Libra inglesa, tem-se assistido a uma substituição na classe política europeia, de grandes nomes, de individualidades herdeiras ainda dos ideais da chamada cultura ocidental, que sempre se tem vindo a identificar com a liberdade individual, cultural e política, por um grupo de políticos que, sem questionar o seu valor individual, não têm sido capazes de continuar essa missão de dar às sociedades europeias e a Portugal em particular, as armas suficientes para se protegerem da decadência e, finalmente, morte sem remissão da nossa cultura comum. Jacques Barzun, numa monumental e visionária obra, “Da Alvorada à decadência”, retrata de forma erudita e esclarecida essa queda da nossa cultura e dos nossos valores. Talvez não estivéssemos mal nesta nossa identificação, se fossemos capazes de assimilar e viver be