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A mostrar mensagens de julho, 2008

O fim do Cristianismo e da Cultura Ocidental?

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Após dois mil anos de Cristianismo parece-me que se assiste à maior crise das igrejas cristãs de sempre. A católica passou por muitas convulsões e, apesar, das atrocidades cometidas há, no máximo cinco séculos (muito pouco em termos da história da humanidade, mas suficientemente distante para que hoje os praticantes e membros da igreja de Roma se sintam confortáveis com a mesma), continuou a ter fiéis e a manter por muitos séculos, com excepção do final do XX e início deste XXI, a sua hegemonia em muitos dos países de tradicional implantação, se não mesmo uma influência ou autoridade sobre os Estados. Nenhuma igreja cristã se lhe pode comparar em influência no mundo, nas pessoas e na política. A Anglicana, por força da reforma, ou antes, cisão, que lhe deu origem, não manteve a mesma influência ou poder, dependendo isso mais do monarca de cada época, até por ser ele ou ela, os chefes máximos dessa Igreja. As Igrejas ortodoxas, grega ou russa, com as suas tradições bem enraizadas mas co

Bach e outros: case study do humano

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Ouvir Bach (J.S. Bach) hoje é, para quem aprecia o género musical, uma experiência transcendental. Uma música dos deuses, é uma das expressões mais frequentemente ouvidas. Bach é considerado por muitos, especialistas musicólogos ou apenas melómanos o maior compositor do Barroco ou mesmo o maior compositor de sempre (outros consideram Mozart, ou Beethoven, ou Wagner, ou Mahler). Mas Bach, no seu tempo não foi tão reconhecido, em vida, como hoje se poderá imaginar. Nem popular. Era um compositor metódico, que criava sempre de acordo com os cânones, nunca fugindo muito a tais princípios. Mas também dever reconhecer-se que inovou, e muito, mesmo usando as clássicas regras da composição. Criou pérolas de música bem evoluídas para a sua época, como as fugas, invenções, suites para instrumentos solistas, sinfonias e partitas. Obras sacras de grande vulto e fôlego, pequenas obras com base em temas simples por vezes sugeridos por outros como pelo seu admirado o Kaiser Friederich II da Prussia,

Humanos: um 'case study'

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É para mim cada dia mais surpreendente a forma como as pessoas se agarram a crenças, convicções e conceitos que nunca poderão confirmar. Sempre, desde novo, mas mais agora, me espantou que a nossa mente usasse dois critérios de raciocínio, de conceptualização, de conduta, de atitude e, depois, procedimento. Pensemos na ideia de Deus. Tantos pensadores, filósofos da teologia, ou muitos outros, e tantos humanos que os seguiram, conscientemente ou não, assumiram, pouco a pouco a ideia de Deus, como certa, segura e inquestionável, leia-se, dogmática. Por detrás não da ideia em si mesma, não do conceito de Deus, ou da crença se quisermos, mas do raciocínio - ou da ausência dela, visto que o dogma uma vez universalmente aceite, dispensa e repudia o raciocínio, pelo menos o que o pode por em causa – há um formato que devia incomodar os pensadores, tanto que a dada altura o fez, mas tal já não passou para as pessoas comuns em geral, como também não se fez eco em relação a outros conceitos, dog

Bad day

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Interessantes os fluxos e variações com que a vida, frequentemente, nos surpreende. Interessantes ou, melhor, decepcionantes, ou, ainda, desafiantes. Se nuns momentos sentimos tudo a correr-nos bem, nesses dias em que tudo, ou quase sai como queremos, noutros, tudo sai ao contrário e parecem, até, desmoronar-se as nossas convicções, superficiais ou não. Há dias em que nos parece que tudo foi feito à medida das nossas expectativas, mas noutros, basta um sinal, de alguém importante para nós, e o nosso mundo vem por aí abaixo, que nem um castelo de cartas. Fica-se com vontade de deixar passar. Deixar o tempo correr e que o dia, mau, termine rápido. Mas quando julgamos que já passou o pior vem mais uma notícia, mais um telefonema, ou a ausência dele, e ...até alguns amigos sentimos poder perder. Uma toca, um esconderijo recôndito ou um lugar no cimo de um grande rochedo à beira-mar, para nos sentarmos sozinhos, à espera do regresso do ciclo bom. Nada nos sai bem. O que dizemos, o que pensa

No teu regresso

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Tu não vieste. Nem entraste na vida que eu ia vivendo. Foste chegando. O teu efeito ia aos poucos sendo o meu sistema, Fazias dos meus tempos a ideia que criava de ti. Não chegaste como se entra numa vida que se suspende a si mesma. O meu tempo foi uma vítima do teu melhor. A vítima bafejada. O teu pouco ia agora ser o meu muito. O meu único. Assim que te ias transformando no meu centro, Ia desejando não me aprisionar de ti Mas o teu espaço era o há muito esperado, Ou era o desejo que o fosse. A calma e a paixão lutavam em ti. A tua vinda era esse ar que nos chega fresco com a noite, Nos dias quentes amordaçados da minha preguiça de viver. Ia vindo e eras esse duche fresco ao final de uma canícula de asfixiar. Um ar novo que queria conhecer Um ar que não queria, afinal, não ter. Uma brisa humana de seda feita. Uma nova vida na vida já velha. Eras o ar respirável na poluição dos meus dias. És…a minha brisa mais forte e profunda. Fazes de mim um marinheiro que não quer porto, Uma folha a