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A mostrar mensagens de dezembro, 2008

No Centro

Entra-se, um pastel à Renoir, cores e formas diversas em profusão. Sons e até aromas diversos, cativantes ou agoniantes. Um fresco quotidiano.Azáfema de quase-natal. Burburinho de namorados, passeantes sem rumo nem objectivo.  O Centro, é uma amálgama de gentes e de personalidades. De carácter, de sem-carácter. Mulheres que olham com desdém quem as olha, qual 'que quer este, ai agora este...não tens mulher lá em casa para onde olhar, é?'. Mas regressam a casa, tão seguras da sua vida quanto de que precisam ia ao 'site' ver se lhe enviaram mensagens...homens 'jeitosos' mas 'apenas para amizade' ... Homens que vão bambolear as barrigas e a estupidez, acompanhados do seu prestigiadamente estúpido jornal desportivo. Nas mãos, os restos microbiológicos da micção acabadinha de fazer sem lavar a 'patinha', em mistura com a impressão microbiana de todas as pessoas que cumprimentou ao longo desse dia. Olham em volta 'cheio de gajas boas, meu..' V

Traição

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Como uma mulher infeliz e com a vida desfeita, cujo marido lhe fi infiel uma ou muitas vezes, assim está Portugal em relação a este péssimo e incompetente Governo. O marido infiel é, aos olhos da Lei (que tem a mania de meter os olhos em muita coisa, mesmo que não seja o caso da condenável violência doméstica ou manifesto prejuízo da vida dos filhos, situações em que a intervenção do Estado sempre se justifica, mas...adultério apenas e metem o nariz???) um marido incompetente. Ora ele prometeu e concordou formalmente, assumir as suas funções, mesmo que não as conheça exaustivamente (outra particularidade portuguesa...) e entre elas as de bom marido. Um Governo também e dessa forma conquistou o direito e ser Governo mas, muito mais do que isso ganhou mandato para o ser, como o que implica em ter-se um mandato: uma missão e uma prática consentânea com a mesma, que lhe foi outorgada por quem o elegeu. Tal como o namorado ou namorada que tudo prometem até o objecto dos seus amores ser conq

Ah! non credea mirarti...

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Estive a falar com pessoa cativante. Inteligente, provocadora, algo mordaz, perspicaz até ao suportável (o meu riso parvo...), misteriosa (ainda), e muito bonita.  Tinha de sair e fui-me deixando.  Agora, passado o tempo de conversa que me arrasta para a curiosidade sobre as próximas palavras com essa pessoa, um quase desafio, visto me surpreender e nem ela tal imagina, em algumas vertentes da inteligência, volto ao siliêncio. Atrás do vidro demasiado fino para o frio que deixa passar, mas o suficiente para filtar sons da rua e deixar apenas o som cavo e baço chegar cá acima, entrecortado pelos saltos clássicos da chata da vizinha do piso de cima, qual irritante formiga imparável de salto alto (quem usa ainda disto em casa, por favor? deve ser tão clássica grhhh), ouve-se este silêncio, fora de mim. Cá dentro, há mais ruído e a lembrança da conversa recente da cara bonita da pessoa simpática e positiva que me aturou uma meia hora.  Paro, vou ao cavalete, desenho uns rabiscos na senda d

Depois do prazo

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Não é bem a mania de se sentir e ser, ou querer, apenas, jovem numa idade avançada. Cota. Quando se é cota? Quando os filhos nos vêm assim. Pode-se ter a mesma idade do amigo ou amiga tal, mas se eles não têm os filhos na fase de verem e chamarem cota aos pais, eles não são. É ser jovem, mesmo, após o tempo para o ser. Depois da idade em que o deveria ter sido. Não o a cinco de Janeiro de sessenta e oito (outro século para os evidentemente jovens...), quando Alexandre Dubcek ganhas as eleições na Checoslováquia e começa a liberalizar o regime, ou em Agosto desse mesmo ano, quando as tropas do Pacto de Varsóvia trazem consigo as negras nuvens da ditadura comunista, num regresso mais violento do que fora antes...ou em Maio desse ano, em Paris, ou no início da guerra do Vietname, na queda de Salazar da cadeira, no assassinato de Marthin Luhter King, na Encíclica Humanae Vitae (umas das proclamações menos humanas do Vaticano, precisamente) ou no ano da morte de Yuri Gagarin...tudo ness

As Democracias são mais preguiçosas do que as pessoas

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Qualquer dia destes a nossa triste Democracia (se o é, porque graças à arrogância aventureira desta criatura Sócrates que odeia o mundo e as pessoas...e se julga mais um ser especial, com a bênção dos deuses ou dos demónios. Tal como o julgaram Salazar, Hitler, Mussolini, Pinochet, Franco, Julius Ceaser. Mas ‘este’ pigmeu das ditaduras tem um diferença: uma cultura mais pobre do que uma pedra da calçada) tem tantos anos, quantos a ditadura de Salazar. As Democracias parecem necessitar de mais anos do que as ditaduras, para se tornarem maduras, para se tornarem estáveis e incontestadas. E a nossa tem tudo menos o ser incontestada, como regime. São cada vez mais as pessoas que admitem o recurso a uma Revolução, no extremo ou a uma forte e, talvez violenta, contestação social, na expressão mais poética da nossa passiva e pobre forma de estar. Hoje, comprado o jornal de Domingo, leio um ou dois títulos e regressa-me esta sensação tão cristalina e forte, quanto triste e pungente de nã

Viver agora ou 'deixá prá depois'

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A propósito de uma mensagem de correio electrónico que hoje recebi, dessas 'em cadeia' (dessas que nos dizem que se enviarmos a quinze pessoas a Jennifer Connelly nos telefona ou o George Clooney nos envia um bilhete para irmos ter com ele a Paris-isto para as senhoras, que não gosto de misturas, ok?- ou ainda que o Bill Gates nos fez herdeiros universais em, apenas,  dez minutos), que pretendia falar ou doutrinar (exagerando) sobre a Felicidade. Dizia...que a 'felicidade não é um destino, mas um caminho'. Nem discuto. É fútil. Para mim, é, como outras coisas mais que, ao longo da vida, sentimos mais uma dessas grandes palavras, ou epítetos, com que nos comprazemos ou frustramos, em rotular acontecimentos e sentimentos. Mas seja o que for, à medida de cada um, ou num padrão mais ou menos universal, se puder existir, é tido como coisa boa, muito boa, e, como a tal mensagem, defendo que deve ser procurada, identificada (porque tantas vezes é-nos vizinha...) e vivida HOJE.