PSD


Analisadas as causas da triste vitória do PS nas Legislativas, fica-me sempre o sabor de uma derrota mal aceite, do PSD e, mais importante, a ideia de que o maior, se não o único responsável foi o PSD. Foi e tem sido o PSD.

Desde o trabalho que tem feito na oposição, aos escândalos que têm ferido e manchado o PSD, nada é inconsequente e tudo tem sido, e deve, ter uma factura. Se é certo que o PS tem uma história igual ou pior, de escândalos e sombras negras que pairam sobre a sua honestidade e honorabilidade, é também certo que tal não isenta o PSD das suas próprias responsabilidades. E responsabilidades e justificações devidas ao povo português. Agora prevê-se que o PSD venha a ganhar as Autárquicas. Mais responsabilidade tem um partido com esta importância, junto dos seus potenciais eleitores, para que, de uma vez, efectue uma varridela interna dos quadros que se têm mostrado, ora arrogantes, ora desinteressados, ora interessados na sua causa própria e pessoal, ora se têm aproveito da sua influência e conhecimentos na política, ou ainda que se têm imiscuído a participar, dando a cara, às 'batalhas' que respeitam à vida política do seu partido.

Onde andou António Borges por estes dias de campanha? Será mais importante para um vice-presidente de um partido como o PSD, com potencial de governo, que se empenhe e embrenhe na sua actividade académica, do que participe activamente no confronto com as políticas de um partido que tanto tem criticado? Para que serve um vice-presidente assim? Onde estiveram as análises, críticas e confrontos sobre o endividamento do Estado? E sobre os impostos tão elevados? Tanto para os particulares como para as empresas, mas mais para as pessoas, indivíduos - que asfixiadas por estes impostos não podem participar na reanimação de uma economia, quer seja através do seu estimulante consumo, racional e moderado mas presente, quer seja pelas ideias e iniciativa na criação de empresas e negócios que nunca surgem pelas mãos dos gigantes da economia?

Onde andam outros nomes do passado do PSD, como Balsemão, sempre tão activos na crítica ao Governo, mas ausentes da vida do seu partido? E porque não se permite uma abertura dentro do partido que leve a que novos valores e ideias possam surgir? Porque continuam a dominar dentro do PSD os interesses de meia dúzia de indivíduos que controlam a vida a face pública do partido?

Por mim, acho que enquanto não se permitir uma mudança de gente dentro do PSD não haverá uma alternativa e uma esperança, para que no futuro próximo seja a força que vai substituir com legitimidade este PS clientelista e agarrado ao poder- de gente que nunca trabalhou e da vida política depende inteiramente...- e uma alternativa para o futuro do país.

Este PS de gente que inventa estatísticas e mente todos os dias aos portugueses, mas que fabrica muito bem a sua imagem e a vende ainda melhor, como o PSD não o sabe fazer, tem de ser substituído mas por um partido que seja verosímil aos olhos da maioria dos eleitores e seja, de facto um partido com vida, com garra, com energia e deixe os pergaminhos e gravatinhas doutorais, para se meter à luta, com pujança e vontade de avançar.

De avançar, como o PS diz ir fazer e não sabe e nunca faz.

Comentários

Anónimo disse…
É OBVIO UMA VELHA RETROGADA E SEM PERFIL POLITICO NUNCA SERIA A MELHOR ESCOLHA PARA O PSD. MAS A VIDA É MESMO ASSIM.....
Pois, concordo. Retrógado, embora, também, mas mais 'camuflado' o Sócrates, enfim. Bem mais retrogrado, mas muito melhor trabalhada a sua imagem. Estado a deter bancos? A controlar banca privada? A deter 'golden shares'? A impor regras e mais regras no mercado e a usar um controlo do défice de acordo com uma receita salazarista com mais de oitenta anos? A 'velha' parece mais do que é, o 'outro senhor', parece menos e é bem mais...retrógrado. Obrigado pelo comentário 'não-tão-anónimo-quanto-isso'.
Anónimo disse…
Enquanto o maior partido da oposição não se entender dentro da sua próptia casa e passarem a vida a lavar roupa suja uns dos outros só vão criar descrença e maus resultados.
Obrigado pelo comentário, com o qual concordo a cem por cento!

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