Comprometer o futuro com o PS


Um partido que se faz eleger com base ideológica e argumentos eleitorais, e eleitoralistas, de cariz social, de sensibilidade social, está, na acção, constantemente a contradizer aquilo que afirma.

O PS que diz defender uma melhor justiça social e praticar mais igualitarismo é o Partido em Portugal mais responsável pela extensa e profunda injustiça que se vive e viverá nos próximos anos.

Com a já desgastada desculpa da ‘crise’ distribuíram verbas, que o Estado não tinha para, em nome da recuperação dessa crise, ajudar (eufemismo que tem tanto de exagerado, quanto de falso) as empresas em maiores dificuldades para, assim, ajudar as pessoas e amparar o desemprego ou mesmo tentar travar a sua escalada.

Contrair crédito internacional, em época de crise, com os riscos que tal acarreta em termos da credibilidade de uma Economia e, por consequência, de um País, já é em si mesmo uma actuação que pode conduzir, como tem conduzido, a mais injustiça social. Porque a dívida, descomunal, de quase cem por cento do nosso Produto Interno, terá de ser paga por todos os portugueses, mesmo os que não estão no momento activos no mercado de trabalho. Pagaremos todos o luxo que tem sido ajudar empresas que são escolhidas a golpe de pinça, ou não fosse o caso de, apesar de tais ajudas, o desemprego ter disparado e ainda ir crescer imenso este ano e nos próximos, consequência do fecho de empresas e da extinção de postos de trabalho. Ou seja, o dinheiro distribuído de pouco serviu.

Podem esses euros ter servido a alguém, a alguns, mas suspeita-se e, em alguns casos, sabe-se, que foram favorecidas empresa ‘amigas’, talvez nem necessitadas e muito provavelmente, não merecedoras. O futuro próximo irá confirmar ou desmentir isto.

Mas a injustiça não termina aqui. Recentemente soubemos, e sofreremos na pela, da suspensão de benefícios fiscais, como no referente a despesas de saúde e de educação, bens e direitos consagrados numa Constituição tão defendida por quem os agora sonega, praticando assim mais uma das habituais e típicas injustiças dos socialistas.

O Estado, a sua Administração, que há quinze anos é socialista, não tem sabido administrar e tem feito aumentar as despesas do mesmo (o défice nos últimos anos é reflexo de uma mais eficiente colecta de impostos e não da redução das despesas do Estado, que têm sempre crescido e, apenas percentualmente decrescido marginalmente, dada a base da economia, ainda que incipiente e envergonhada, ter aumentado. Mas não houve até hoje, excepto em dois governos, um com Ferreira Leite e outro com Bagão Félix, qualquer redução da despesa do Estado E as tímidas tentativas nessa redução verificaram-se nas despesas de investimento e não nas correntes, como devia ter sido), com o resultado do aumento, agora do défice. E, com a máscara dos esforços no combate à crise, muito se fez em matéria de ineficiência e de desperdício, em pouco mais de um ano. O Estado tem sido perdulário, despesista e agora pede, aliás impõe, aos portugueses que se sacrifiquem, que dispensem um direito natural seu, para ajudar um conjunto de péssimos administradores públicos, de incompetentes Ministros e Primeiro-ministro.

Mas o povo agradece, da melhor forma. Um povo inculto e embrutecido, que se deixa encantar por falsas imagens e uma propaganda demolidora, não tendo, por formação, capacidade critica para identificar quem lhes fala a verdade. E, assim, continua este povo adormecido e apático por sancionar quem a vida, presente e futura, lhe tem deixado em suspenso ou em desgraça, em muitos casos irreversível.

Viver em Portugal é, como no meu caso, escolher o caminho da miséria, do engano e falsidade, da mentira, da corrupção e do jogo de influências, do clubismo politico cego e irresponsável. Escolher o seu futuro, sem futuro.

Os defensores ou animadores desta criatura irresponsável e incompetente, e mentirosa, serão, como todos nós vítimas na mesma extensão, da sua escolha.

Mas alguns...sabem bem que vão, na desgraça dos outros, ainda poder colher frutos e louros...

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