PSD e o país


O PSD tem novo líder e líder novo. É sempre uma esperança de renovação, concorde-se ou não com tudo o que foi dizendo. Há momentos para discutir, momentos para criticar, para fazer sugestões. Esse momentos são sempre. Mas a atitude é que deve mudar. Eleito o líder, a atitude deve ser outra. Construtiva.
Não interessa apenas ao PSD que um novo líder tenha sido eleito. Interessa ao país. E não interessa ao novo líder apenas o PSD. Interessa o país. Mais até. Porque um dia ela será mesmo o Primeiro-ministro. E...será bom que esteja preparado.

Portugal não pertence a nenhum Partido, a nenhum líder partidário e a nenhuma individualidade, por mais genial, informada, preparada e superior que possa ser. Portugal pertence aos portugueses e para sempre.

Nos últimos tempos o PS tem-se ocupado da propaganda, mas desta feita a da desconstrução. A propaganda de serem os outros os responsáveis pela não -governação. Mas o PS é que tem o mandato para governar. E ainda nem começou. Um dia destes estaríamos como a Itália, que há anos quase dispensa os seus Governos e vive à margem das regras e das leis, e do Estado, entidade abstracta constituída por todos os que vivem num espaço independente e nacionalista (no bom sentido). Esta não é uma definição de Estado, entenda-se.

Nos últimos tempos o PSD tem tentado fazer duas coisas distintas: procurar um rumo diferenciador do PS, que faça sentido ao país e procurar voltar a ser um Partido de Estado, governamentalizável. Em minha opinião tem conseguido, mesmo a custo de perder eleições. Não tem de haver dramas por não terem conseguido ainda substituir um PS feito de redes de interesses e mentirosos, de quem se desconfia de corrupção, a pior 'chaga' de um político, de um Partido e de um país.

Agora o novo líder deve antes de mais, reflectir. E observar à sua volta, a atitude e comportamento das pessoas que o podem ensinar. Porque todos temos sempre a aprender. Na política, na vida, no amor, na amizade. Em tudo. E, neste caso, a humildade, em associação com a capacidade de gerar as suas ideias e linhas de actuação próprias e a sua determinação e capacidade de liderar e...de governar.

Fala-se muito na necessidade de Passos Coelho unir o seu Partido. Mas essa não deve, sequer por um minuto, ser a sua mais imediata preocupação. A sua preocupação e dever é construir tudo isto: a sua imagem de líder forte, inteligente e carismático, com evidentes capacidades para 'cortar' com os enormes erros de Portugal e, claramente, do PS. A união do PSD, que ao seu Partido interessa sempre mais do que ao país, mas obviamente essencial a todos nós que só podemos, os democratas e os interessados pelo país onde vivem, querer partidos fortes unidos e capazes de gerar condições de governação ( a começar no Parlamento...) e de melhor vida para todos.

Passos Coelho deve, porque ao PS e seu decadente e mentiroso líder já nada se pode pedir por agora, até que substituam esta criatura... Passos deve ler os sinais de figuras exemplares com sentido de Estado. Angela Merkel que recuou no radicalismo anti-europa e anti-grécia em que vinha a cair a Alemanha. Ferreira Leite que ajudou a aprovar um PEC medíocre e ineficaz que nos trará mais pobreza e falta de esperança, mas que não tinha em si mesmo e agora uma alternativa rápida e consistente, com os meios miseráveis gerados por esta gente medíocre (Teixeira dos Santos, José Sócrates...).

Reflectir sem desmentir o que disse, mas perdendo os tiques de rapaz irreverente. Concordo por exemplo com o fim de um Banco como a CGD como banco do Estado, e com a sua futura privatização. Mas tudo a seu tempo. Tal como na nossa vida pessoal. O tempo tem de ser o adequado a tudo. Isto ao contrário da, já gasta, máxima de Sócrates de que decidir mal é melhor do que não decidir. Em oposição total! Nunca decidir mal. Nunca. E ainda assim decidimos, apesar do nosso esforço em sentido contrário.

A este novo líder do PSD espero que o norteie este simples princípio: observar à sua volta ouvir,aprender, reflectir e decidir sempre bem. Tal como nas nossas vidas. Não é muito diferente, mas a responsabilidade é, sim, bem maior.

Que tenha e nos dê longos dias de boas decisões e sensatez!

Parabéns Pedro Passos Coelho! Espero muito de si! Esperamos todos!

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