No país dos pategos?


Não sei se me cansei da política, mas parece que a política se cansou de mim. Vou, por isso, esperar que dentro de semanas, enfim, se tivermos paciência ainda para eles, meses, José Sócrates Pinto de Sousa e Pedro Passos Coelho, resolvam 'aquele' problema que já tem centenas de anos e ainda julgam que é 'de agora'.

O problema é estrutural, dizem. É de organização, também se diz. É devido à crise da Justiça, da Educação, ou ...da 'raça'?

Salazar, esse milagreiro para alguns, ainda, foi a criatura mais sinistra, estúpida e estupidificante dos últimos cem anos. E nisso, bem que levava a palma a muitos que o antecederam e sucederam, até hoje. Hoje, temos um corredor...que a qualquer custo lhe quer ganhar em estupidez: Sócrates. E veremos se lhe ganha em teimosia, arrogância e persistência na mediocridade.

Palavras fortes e pouco elegantes...oh! Pois...e não estamos fartos de provincianos e provincianismos ridículos, umas vezes a favor de um anacronismo católico embrutecedor, outras a favor de um pseudo progressismo morto e enterrado há mais de vinte ou mesmo trinta anos.

O problema português foi e é sempre o mesmo: um povo que não quer pensar! Não quer saber. Não tem interesse em nada e coisa nenhuma. O resto...viria por acréscimo e processo natural.

Nos anos que antecederam a Guerra de 1939-45, países como a Suécia, a Noruega, a Finlândia e a própria Suíça não sabiam se um dia teriam futuro. Economicamente viável. Havia fome nesses países. Passaram por recessões e por humilhações infligidas pelo nacionalismo e imperialismo Alemão. Mas nunca deixaram de acreditar numa coisa muito fundamental, uma pedra basilar de um povo que acredita em sim, mesmo que desconfie dos que administram o seu país: Educação, informação, conhecimento, cultura!

E nós? Nós acreditamos no nacional populismo. Temos uma das melhores cozinhas da Europa e do Mundo ( e é bem verdade), temos o melhor clima ( e não é verdade, pois o clima mediterrânico concentra a época das chuvas na altura do ano em que as plantas estão em dormência, um contra-ciclo que não favorece nem agricultura nem vegetação natural, apenas tendo como vantagem o número de horas de sol), a melhora agricultura (esta uma imensa falácia, pois temos no geral solos muito pouco adequados à produção agrícola, mas quem não diz que os nossos produtos são sempre os melhores?), aliás uma agricultura sempre miserável e pouco evoluída (ainda hoje ha cursos de engenharia agrícola onde não existe uma só 'cadeira' de marketing... por exemplo e onde nem há animais nas referidas escolas), que no tempo de D. Carlos (que uns ridículos ilustres, pretendem 'refabricar' a sua imagem e idolatrar o Monarca que era melhor como artista e investigador oceânico, do que como governante, e que se esqueceu do seu país, que via como um 'quintal' privado por onde se passeava, ao sabor do pitoresco que Ramalho Ortigão e Eça de Queirós consideravam como sinónimo de pobreza e miséria...um povo que no início do Século XX ainda vivia em grande parte de agricultura de subsistência...triste e decadente...) era uma excepção europeia pelo atraso económico, social e ..Cultural!

Estamos a falar do país mais antigo da Europa! Que nunca amou o seu povo e cujo povo, esse, nunca soube o que era amar o seu país! Porque maltrata o seu espaço comum, social, natural, e, de novo, cultural.

Estamos a falar de um país que tem uma das maiores zonas económicas exclusivas de oceano rico e produtivo, que é o terceiro em consumo de peixe a nível mundial e que o tem de comprar ao seu vizinho que, não consumindo quase peixe, à escala internacional, tem a segunda frota pesqueira do mundo! E de um país que permitiu o abate de embarcações de pesca, cedendo a uma Europa em posição de força, para se encontrar na dependência de outro.

De um país que tem de comprar mais de três quartas partes da sua energia, mas que recusa   a discussão e estudo da hipótese do nuclear, porque umas mentes brilhantes, que incluem o custo de desmantelamento das centrais nucleares, dizem ser mais cara essa fonte de energia, mas que não o fazem em relação a nenhuma outra forma de produção energética nem industrial...E que deliberadamente omitem o custo mais elevado da produção energética dita limpa (e que não o é...) mas que já se começou a pagar uns belos anos antes, na factura de cada um de nós, antes dessas mesmas fontes 'não poluentes' (omitem o aspecto que é produzir e poluir painéis solares por exemplo...) começarem a produzir. Mas ...interessante, se alguém pretender fazer micro-geração de energia no seu terreno ou negócio, a monopolista, ou oligopolista EDP não compra ou impõe regras e dificuldades...

De um país enganado todos os dias, desde a hora a que se levanta, até à hora em que se 'pasta' no sofá a ver novelas (umas quantas? quinze???) pelos seus governantes, socialistas, onde ainda diz ir votar mais...

Salazar, um homem provinciano e sem visão, retrógrado e anacrónico, embrutecido por uma religião obscura com um passado criminoso e cruel, que a bem do medo de lhes faltar um 'deus' para adorar e a quem atribuir sucessos e vicissitudes...levou o país ao mais profundo das suas cavernas sociais e culturais.

Sócrates, leva e levará ainda, enquanto o permitirem, o país a uma situação de miséria próxima da da Primeira República...e a níveis de corrupção que até a espanhóis vencerá (recordo que Espanha é o país do mundo com mais autarcas em investigação por processos de corrupção, rede de influências e abuso de poder...mas ao menos irão julga-los, coisa que por cá, nunca acontecerá, pois haverá sempre um amigo para mandar destruir provas e um Presidente mais preocupado com os seus princípios, algo provincianos também, do que com o país em si mesmo).

Este país é único e só pode ser...virtual! Porque foi feito de gente brava e lutadora que baixou os braços e se deixou aculturar...e manipular.

Um país que acabou de comemorar uma Liberdade que, efectivamente, não tem! (quem é livre é culto e pensa por si)

Se este fosse um país de gente livre ou capaz de o vir a ser, de gente interessada e participativa, o '25 de Abril' nunca teria sido um Golpe de militares, mas de civis. Do Povo!

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