A nossa profunda Ignorância


24 de Abril de 1990: O Telescópio Espacial Hubble foi lançado no Espaço, pela Space Shuttle Discovery.

O Homem anda há séculos, desde que sabe, já na Antiguidade Clássica, com os Gregos (hoje uma sombra da civilização que já foram, como tantas outras: Árabes, Chineses, Portugueses, não digo espanhóis que, verdadeiramente nunca foram nada mais do que exterminadores do mundo dos outros...sempre que se perde o domínio de um conhecimento ou tecnologia de importância universal, perde-se a hegemonia e a relevância histórica e respeito internacional. Mas lembro que tudo é relativo na História: Portugal esteve em Malaca, Malásia mais anos do que os EUA têm de existência...por exemplo), a tentar conhecer-se a si e aos outros. A tentar conhecer o Universo e a percebe a sua verdadeira dimensão. A tentar descobrir se estamos sós ou acompanhados, muito acompanhados, neste Universo imenso e fantástico, mas assustador.

Há século que andamos a tentar saber mais do Universo. E há décadas que insistimos, mas talvez não o suficiente, na procura de condições e formas de vida fora do nosso planeta.

É certo, absolutamente certo e rigorosamente científico, que não podemos estar sózinhos num Universo onde existem, sabemos, vemos, nomeamos, milhões e milhões de estrelas que, tal como a nossa, só podem ter massas e planetas em óbita. E que nesses planetas ainda e talvez sempre desconhecidos, só pode haver vida em algum lado. Mas ainda não conseguimos saber. E provavelmente nenhum dos humanos hoje vivo, chegará a esse conhecimento. Muitas coisas o impedem, desde já a tecnologia, que nos parece muito avançada mas, que se sabe, ainda muito rudimentar.

Andamos há cerca de dois séculos, a tentar conhecer melhor o cérebro humano. Digo dois séculos que é mais ou menos o tempo da Psicologia como ciência ou conhecimento autónomo. E as outras ciências da mente, neurologia, neurociências em geral, termo que, provavelmente ainda evoluirá, ainda são mais recentes.

É certo que em pouco mais dois milénios (e em dez milénios, o ser humano ele mesmo com evoluções sociais e técnicas, como a produção de alimentos, a sedentarização, que permitiu a estabilização de agrupamentos grande de pessoas, evitando entre outras coisas guerras e contágios de doenças entre tribos...) a ciência médica fez com que a esperança de vida média de um humano passasse de vinte e cinco anos, para cerca de setenta e cinco anos. Um aumento de trezentos por cento.

Mas é impressionante como ainda hoje sabemos tão pouco disto tudo e tão pouco de nós mesmos. Pouco...

...da nossa mente, antes de mais.
...do nosso próprio mundo e dos seus equilíbrios e desequilíbrios naturais.
...do nosso mundo natural! Há extensas zonas geográficas ainda tão mal conhecidas, do ponto de vista biológico e até sociológico!
...das nossas relações com os outros (já pensaram quão pouco se sabe cada um de nós, do sexo oposto?)
...do ponto de vista sociológico, ainda não se encontrou um sistema social e político justo, eficaz, menos efémero, mais estável e mais compensador!


Muito se evoluiu e é tão impressionante a nossa imensa ignorância.

E queremos nós ter sucesso nas relações humanas...com gente, tão próxima, mas tão distante de nós!

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