O Benfica é igual aos outros?

Sempre achei interessante que se defenda, muita gente o faz, que os clubes têm uma espécie de natureza própria e distinta uns dos outros. Que o Porto, e os seus adeptos são mais agressivos, os do Sporting 'mais selectos' e os do Benfica, mais 'populares e mais democráticos e respeitadores'. Não entendem as pessoas que ser-se de um clube é o mesmo, ipsis verbis, que pertencer a uma religião. Mesmo sendo pouco praticante. É-se, porque sim. Porque já eram os pais, etc. Mas os clubes mudam tudo. O seu presidente, o seu treinador, os jogadores, tudo. E do clube do ano anterior, só restam as cores e a simbologia. E, se num momento, um clube é mais complacente, apresenta mais 'fairplay', noutro, é exactamente tão sujo e pouco recomendável como outros já o foram. O árbitro não incluiu a agressão de Jorge Jesus no seu relatório, mas isso nada tem a ver com as influências do Benfica junto dos árbitros...

O jornal 'A Bola' ignora ostensivamente a agressão. Mas isso nada a ver com ser 'órgão oficioso' do Benfica. Porque insistem as pessoas em que o Benfica (a religião maioritária em Portugal) é ser-se diferente e melhor? Do que de outro qualquer? E não tão só, porque é a escolha de cada um, mas que as atitudes do(s) seu(s) Presidente a ele lhe competem e só ele por elas é responsável, seja no Benfica, no FC Porto, no Sporting ou noutro qualquer. Tal como na política, defender o chefe, porque sim ou porque as pessoas gostam de se entregar nas mãos de outros, dos seus supostos líderes, fica sempre mal, seja a quem for e, mais cedo ou mais tarde, pode ter-se que engolir um sapo...

Os líderes, desportivos, políticos ou religiosos, sempre terão seguidores, o que em si mesmo nada tem de mal. Por isso é que são como líderes, identificados, e seguidos. Mas uma coisa é o líder e a sua função, outra é defender a pessoa...para um dia nos desiludirmos com a notícia de ser corrupto, autoritário, incompetente, mentiroso, ou o que seja...

Cuidado com os seguidismos e o 'vestir-a-camisola'!


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Millennium de Stieg Larson: Os homens que odeiam as mulheres

A memória cada vez mais triste do 25 de Abril