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A mostrar mensagens de julho, 2014

Vem aí um cataclismo europeu?

Lendo Adriano Moreira, qualquer de nós se deve inspirar. Haverá ainda muito quem tenha anticorpos, artificiais, apenas isso. À laia de clubismo cego. Detesto esse clubismo, que é porque sim, sem razão ou motivo, sem justificação. Para mim, fazer parte de alguma coisa, tem uma base qualquer, uma razão, um motivo, um objectivo até, se for o caso. que nunca será aquilo a que se assiste com as opções no futebol. "Porque és do Benfica?... Porque é o melhor". Ou do Porto, ou do Sporting, etc. E do PS, ou PSD, etc...Mas reconheço na política muito mais opção e pensamento, do que no futebol. Diza um dia destes, em provocação, um tanto divertido, ao meu filho (três filhos, três opções por clubes de futebol...) que todos os clubes são exactamente iguais. A mesma coisa é escolher uns jeans, ou outros. Servem o mesmo fim, e, afinal, são iguais. É este 'espírito' de clube, que também há muito na política e me provoca urticária. Mas respeito quem o tem, não tenho é muita capacida

Desigualdade - episódio 'n'

A desigualdade continua e continuará. A propósito da (ainda a confirmar) queda de Ricardo Salgado, que afinal se seguiu à queda de Jardim Gonçalves no BCP, aparentemente por distintas razões e causas, voltei a pegar na obra de Stigltiz. Que me custa imenso ler e avançar. É uma "câmara dos horrores" à imagem de filmes de terror dos anos setenta, mas com a diferença fundamental de ser real. Demasiado real. Amigos meus, que prezo muito, devem incomodar-se um pouco com o que escrevo. Outros, nem hão-de ligar alguma. Mas quero agora deixar apenas uma análise breve. Para quem quiser reflectir sobre mais uma perspectiva, aliás conhecida, desta crise e das sequelas sucessivas. Os Bancos foram os principais responsáveis por toda esta crise mundial, europeia e muito portuguesa. Acho que é claro para todos. Mas já nem todos aceitam a responsabilidade de políticos, como Sócrates antes, como Cavaco ainda antes, e como Passos agora. Guterres, foi um menino, nisto tudo. Nem talvez t

Mais um produto da crise. Ou uma desculpa sórdida...

Durante muitos anos me contive. Mas há momentos em que temos uma quase noção de já nada perdermos, e uma estranha combinação com ...uma espécie de sentido de justiça, que tem, algum dia, de alguma forma de ser feito...de se impor. E sei, que ao dizer isto, alguns deverão rir, outros, olhar para o lado, outros, passar adiante. E poucos, continuarão a ler. Este post é pessoal. Quase íntimo, a roçar o indecoro. Que pare de o ler, quem para isto não estiver. Vamos a factos. Numa empresa onde trabalhei, de que já nem relato o quanto passei, é assunto gasto, deprimente. Um colega, num outro país, que apenas conheci noutro ambiente, noutro contexto, foi alvo de um processo de despedimento, um mais, outros se passaram comigo, outro colega e outra mais... Mas este ex-colega, foi vítima de de um processo que roça o desumano. Lançou uma empresa, numa antiga colónia portuguesa, desde o zero...até aos mais de cinquenta milhões. Este ano, reduziram-lhe o vencimento, aviso para um processo de

"O Preço da Desigualdade"

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Já não vou estrear este tema, nem é a primeira vez que refiro um livro essencial para todos. Todos, pelo menos que possam ler sem se cansarem sobre temas sociais e económicos. Mas seria bom que qualquer pessoa o lesse. É importante demais, para compreendermos o grave erro que tem sido a política de austeridade imposta pelo FMI, BCE, UE e Alemanha. Um erro com profundas e extremamente graves consequências.  Antes de continuar, o que gostaria mesmo que alguém...pensasse, por dois minutos é, se acham que já basta de depressão familiar e social, a que acham que se devem muitos desmembramentos de famílias, e até de amizades? Se iremos continuar a por culpas na nossa vontade de querermos uma casa, um telemóvel e um automóvel. E se esse tal 'consumismo' que tão facilmente se condena em privado, é natural e justo para os centro-europeus e lamentável para nós portugueses, espanhóis, gregos, apenas por sermos...sul-europeus. Se...os países mais antigos do mundo merecem assim ser tra

O Momento Sublime

"Na nossa sociedade, Marcus, os homens que mais admiramos são os que constroem pontes, arranha-céus e impérios. Mas, na verdade, os mais nobres são os que conseguem construir o amor. Na verdade, não há empresa maior nem mais difícil" (Jöel Dicken, in A verdade sobre o caso Harry Quebert). Na verdade, essa coisa que muitos procuramos, em tanta esquina...a verdade sobre os outros, nós, a vida, a política, a religião, o amor, a amizade, as razões de discussões e de encontros. Na "verdade", tudo se relativiza, quando fazemos coisas, no trabalho, com família e com a nossa pessoa mais querida, por amor, com amor. Mas ele existe em muito mais assuntos. Ou devia. Far-nos-á falta, quando alguém desaparece prematuramente, como ainda hoje ao ler um amigo, me recordei uma vez mais, da falta dos meus pais. Era uma relação incondicional, era-a apenas porque sim, porque eram pais e eu filho. Há algo parecido, de envolvimento e de exigência de nós mesmos, efémero mas sublime

Incompatibilidades de luxo e incompatibilidades plebeias

A comparação parece, à partida, excessiva. Mas o excesso será outro... Os políticos, os que têm funções-chave em matérias que se relacionam com importantes áreas das decisões do Estado, dos grandes projectos, digo melhor, das áreas e sectores que dominam o Orçamento do Estado, que custam, por isso aos portugueses a fatia maior do dinheiro que é nosso património comum, seja do que nos chega via Dívida Soberana, que sempre pagaremos os menos capacitados, ou da colecta directa e excessivamente injusta a que nos compelem. Na nossa Assembleia da República, onde a soberania dos cargos termina, onde começa a responsabilidade para com os eleitores, ou devia assim ser, há deputados, não tão poucos assim, mas também não a maioria, que tendo acesso privilegiado a informações sobre negócios do Estado, em curso ou potenciais, usam esse acesso e o poder conferido, em interesse de empresas que servem, nas quais têm funções meramente com esse mesmo objectivo. Conflicto de interesses, tráfico

O (des) respeito pelo Trabalho

Houve tempos em que o Trabalho teria sido respeitado...Houve? Não! Nunca houve. Mas talvez estejamos a entrar numa nova era, precisamente pelo Trabalho, por via de uma Economia que se paute por paridades nunca até hoje vistas. Talvez. Apenas...talvez. Mas... Em tempo útil, refiro, tempo de Trabalho, nunca vivi um autêntico Respeito pelo trabalho. Pode esta imagem chocar muitas hostes. Eu sei. Mas passo apenas a explicar (contratualmente), o que é tão-só um ponto de vista parcial, como o são todos neste blogue. Estou, obviamente, a ser voluntariamente excessivo. O que também passo a explicar, em contexto. No entanto, escrever sobre este tema, não parecendo, é repositório de muito mais emoções do que à partida seria de imaginar. Numa Europa que se foi construindo sobre cadáveres de miseráveis e ilustres, alicerçada em muita dureza social, mas onde também se viram surgir as teorias defensoras de um Humanismo nunca totalmente conseguido, uma Justiça Social, que pouco mais se ficou do

A importância de ter um "hobby"

As transformações do mundo do trabalho, no Ocidente, têm levantado questões sobre a importância das profissões, relativamente à vida total, ao Uso do Tempo, pelas pessoas. A importância do Trabalho, parece, por um lado ter ganho ainda mais preponderância, pela sua escassez, pela depressão salarial, e pelas maiores exigências em horário. Por outro lado, o Trabalho, ou melhor, a sua importância relativa no nosso dia, e na nossa vida, tem sido visto por novas perspectivas. Perspectivas já antes conhecidas, paradigmas que não são inovadores, mas que face ao valor e ao sentido que agora sentimos ter de dar às nossas vidas, perante um mundo de Trabalho que já não oferece as garantias de outrora e, ao invés, as retirou e deixou milhões de pessoas com tempo a mais nos seus dias, e com expectativas de vida mais longas, tem surgido com mais força do que nunca a necessidade de nos darmos a nós mesmos um outro...Uso do Tempo. E os hobbies, ou 'ocupação de tempo livre', designação sem

nada de novo na frente ocidental: O Domínio do Ocidente. Ainda?

nada de novo na frente ocidental: O Domínio do Ocidente. Ainda? : Três obras, ou lidas na totalidade ou (ainda) em parte, têm marcado uma parte do que 'vejo' deste Mundo Europeu e Ocidental, onde al...

O Domínio do Ocidente. Ainda?

Três obras, ou lidas na totalidade ou (ainda) em parte, têm marcado uma parte do que 'vejo' deste Mundo Europeu e Ocidental, onde alimentei a minha natureza e inseri numa cultura, que por vezes já nem parece existir. Ian Morris, O Domínio do Ocidente, Bertrand, Lisboa, 2014. Jacques Barzun, Da Alvorada à decadência , Gradiva, Lisboa, 2003 Jared Diamond, Collapse , Penguin Books, London, 2005. Barzun, que já diversas vezes mencionei, escreveu uma obra monumental, que discorre sobre a cultura europeia desde 1500. Uma análise histórico-filosófica, fundamental na compreensão do que fomos e somos. Diamond, a par de outras obras, como Armas, Germes e Aço, analisa a razão do colapso de várias sociedades, países e culturas, e regiões dentro de países desenvolvidos, como os EUA, por alteração de paradigmas tecnológicos e económicos (perda do domínio do carvão e de alguns minérios, com a quase desertificação de vastas regiões da América). Morris escreveu uma referência, ao que

Emoções racionais?

Nós humanos somos um mistério.   Estamos num café e alguém, en passant, nos toca. Nada dizemos, e nem mostramos reacção muito evidente, mas boa parte do nosso corpo reaje, pelo aprazível, ou pela aversão, consoante a pessoa que nos tocou nos é atraente, ou, pelo contrário, quase sentimos repúdio, se não indiferença. Os sinais são enviados ao cérebro, que toma boa conta deles, regista e armazena, uma entrada mais num vastíssimo banco de dados, de longos e esquecidos anos e sensações. Mas essa tão efémera sensação é logo comparada com todos os dados indênticos, toques, sensações dérmicas, da mais remota data das nosssas vidas.  É um dos bons exemlos do trabalho do nosso inconsciente. Talvez seja a razão, noutro plano, outras sensações, com uso de outros sentidos, a visão por exemlo, pela qual sentimos aquela empatia especial, a indentificação com aguém remoto, porventura esquecido do consciente, mas ainda assim um quadro agradável que se formou em tempos, já intangível para o consciente