Porque falhou a Social-democracia no Sul?

 Numa Nação normal, ou numa Democracia saudável  e funcional, três intituições são basilares:

Estado
Primado do Direito (hoje muito questionado)
Responsabilização governamental

Os países do Sul da Europa, onde desde há quinhentos anos se assitiu à resistência católica pela luta pela libertação religiosa, por oposto ao que se passou no Norte, com a Reforma de Lutero, um princípio  tem-se mantido quase inalterado: o questionar o Poder, afrontá-lo e obrigá-lo a dar provas de mérito e de confiança.

Portugal não é o único país onde o terceiro ponto dos fundamentos mais básicos de uma Democracia europeia moderna não se verifica, ainda ao dia de hoje. Para alguns, os menos informados e menos intervenientes civicamente, ou para outros, os próprios interessados neste nebuloso e estrangulado Poder executivo, os políticos eles mesmos, por outro lado sequestrados por um certo poder económico, os actos eleitorais bastam ao exercício da responsabilização governamental.

Mas, ao invés do que é propalado, no Norte da Europa a tradição é exactamente a humildade na prestação de contas pelo poder executivo e Lesgislativo, perante todos os cidadãos, exerçam eles o direito de voto, em períodos demasiado espaçados para uma intervenção atempada e sensata na actividade governativa, ou não o exerçam sequer.

Este prestar de contas é um dos factores que tem impedido uma efectiva implantação da Social-democracia, o Regime político mais perseguido por maior número de países, pela Europa fora. Mas outros factores, menos evidentes, porventura, têm, a meu ver, sido responsáveis por este falhanço que hoje nos deixa numa situação delicada ao ponto de se questionar o Regime, como o conhecemos. 

Um sentido social e uma comunidade onde a serenidade de cada indivíduo não permite as tensões competitivas frequentes, as perniciosas e inúteis comparações, as conhecidas "invejas", perante aparentes, e até efémeros sucessos de outros.

A busca constante de excelência, mais do que a procura de um sucesso imediato, efémero, mas julgado eterno.

As tensões sociais anteriores, originadas pela profunda desigualdade, na remuneração e no acesso aos mesmos meios de evolução e ascensão social, bem patente nos paºises do Sul, desde há séculos, e cesrcente nos anos de crise, mas não exclusivo do Sul, embora no Norte onde a Social-democracia obteve sucesso, essa desigualdade seja a menos evidente, por comparação aos latinos, ao Sul. Talvez esta a razão e a causa fundamental, para que um Regime polºitico de cariz social não tenha conseguido singrar.

As personalidades políticas surgentes, neste Sul "mediocrizado", não t~em ideologia, visão, coerência, integridade e valires. São produtos de demasiados anos de uma deriva democrática, sem rumo, escrava de sociedades consumistas, numa busca de um bem-estar própriode países social e economicamente mais desenvolvidos. Este Sul onde impera o novo-riquismo e o enriquecimento  ilícito facilitado pela intencional desregulaçao das sociedades.

O sequestro político das direcções partidárias, por sua vez sequestradas por sectores económicos sem escrúpulos, que transformaram estas sociedades reféns dos seus interesses. As ideologias e a integridade são inimigas a abater por estes agentes económicos. 

As sociedades secretas, em permanente agitação conspirativa, que mantêm dossiers de todos os que se tentam movimentar na direcção da intervenção politica, eventualmente do Poder, e são, ao contrário dos seus membros, homens e mulheres livres. Estes grupos e sociedades Secretas, afastam todos e barram o caminho a todo o indivíduo capaz e livre. E não prestam contas a ninguém, e nunca se tem conhecimento do que por lá se discute, planeia e prepara.

A Social-democracia continua actual na sua concepção original, e nos seus pressupostos, de contruççao de sociades justas, e eququilibradas, com visão de desenvolvimento humano, soial e econºomico, pese embora as adptações aos dias de hoje.

Mas os factotes referidos são barreiras difíceis de vencer. Em Portugal, há quarenta anos que assim é. Já o era no tempo de Sá Carneiro, eliminado por ser uma barreira a todos os interesses que se opõem ainda hoje ao desenvolvimento soial e individual que permite uma Democracia social justa.

Instalaram-se na politica, numa primeira vaga, os antigos líeres, homens ligados a grupos conspirativos, como o Partido comunista e a Maçonaria.
Numa segunda vaga surgiram todos aqueles que perceberam a fragilidade de uma Democracia que não presta contas da sua Governação sos cidadãos, e que tudo fuciona com o alimento da relaçao pessoal, a construção das redes de influência, sempre na busca do sucesso imediato e não sustentado, e não com objectivos de remuneração social do desenvolvimento s+eventualnente açcançado. Mas antes nutrindo o gosto pela picardia mais baixa, sem conteúdo e sem visão. Sem moticvação para servir os outros, que nao a si mesmos.

A segunda vaga de políticos, todos ainda no activo, tem sido o lento funeral da social-democracia, outrora sonho e promessa de uma geração. Tem sido a ameaça maior da Democracia ela mesma, numa linha europeia do Norte, uma democracia que responsabiliza a governação.



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