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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

(Quase) Sempre a Desigualdade

Os problemas da Grécia, os problemas de Portugal, de Espanha e de mais países pobres, da América Latina, da Ásia, são todos devidos a uma crescente e profunda desigualdade social? A uma desigualdade que, assim, em termos genéricos, pouco diz? Não. A Desigualdade, que sempre existiu, e, por isso mesmo é argumento de alas mais conservadoras, ou liberais económicas da sociedade, sempre existirá e a vida (leia-se o Mercado, a Sociedade) se encarregará de ajustar e re-equilibrar (coisa que nunca aconteceu), é uma súmula de desigualdades várias: nos rendimentos, desde já. Na Propriedade (e rendimentos dela) e nos Capitais (e rendimentos deles). E nos Acessos. Acesso a oportunidades, na Educação, na Saúde, na Cultura e Conhecimento, na Ascensão (Mobilidade) social. É uma causa e, ao mesmo tempo, uma consequência. O que centenas de economistas, sociólogos, politólogos, neurocientistas, psicólogos sociais, filósofos (a quem se costuma dar muito pouca atenção e se devia dar muito mais!), nos

A próxima Grande Ameaça?

Há uns tempos, escrevi sobre o potencial perigo de uma Terceira Guerra Mundial. Não pelo prazer, mórbido, ou pelo fútil passatempo de adivinhação. Nem pelo que me parecia ver nos sinais que ainda me surgem tão evidentes (e desejo enganar-me, espero que sim). Putin é uma ameaça real. Parece pretender vingar o antigo regime dos sovietes, o tempo assassino e mortal de Estaline, o grande carrasco da História, que o PCP ainda venera. Putin é um ex-KGB que, num país de gente mais interessada nas dificuldades dos seus dias, ou na parca gestão do que conseguem entre mercados negros, corrupção sem igual e simples, legítima sobrevivência, nem olham para o que lhes fazem de uma Democracia inexistente, ou de uma Monarquia não assumida, mas deixam que se alastre, de novo, a terrível censura e perseguição política e o antigo imperialismo militar e violento, completamente desumano da URSS. Putin não deixará de ser uma das maiores ameaças à Paz, ao desenvolvimento gradual e sereno do Mundo (que a

O Abismo

A Austeridade. Querem fazer regressar aquilo que ainda não nos abandonou. Nem no primeiro momento a Austeridade resolveu alguma coisa. Admito que exista algo de corporativo nesta coisa de se implementarem medidas, a nível político, mas económicas, com o intuito de tentar resolver um problema, gerando outro, ou outros. A Austeridade gerou, e sempre assim foi, pobreza, e incipiente crescimento económico. Mas ainda, desigualdade nos rendimentos, desigualdade social, esmagamento de estratos sociais até ao seu desaparecimento. E, não sendo ainda tudo o que a Austeridade faz, cria mais riqueza no estrato superior de uma sociedade. Tudo isto é bem conhecido dos economistas, que, no entanto, insistem em medidas de carácter austero, em economias em default, em crise profunda, em situação de incumprimento dos compromissos da sua dívida. Mas serve uma corporação, que, assim, se perpetua a corrigir, emendar, costurar remendos, num trapo que criou, com o empobrecimento generalizado, mas o enriqueci

Alan Turing (Enigma): a sua fatal homossexualidade

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O Reino Unido, ou a civilização britânica é um mundo de muitos mundos, uns previsíveis, muito, como adoram os britânicos. Sempre saber o dia seguinte. Como lhes será. Há alguns anos li um livro que diria, interessante ou mesmo mais que isso, e pela narrativa, diria fascinante. Mas um livro pouco profundo, sobre uma das histórias mais importantes, secretas e determinantes do curso da Segunda Guerra Mundial. Um conflito que ainda nos consegue, ao dia de hoje, surpreender pelas revelações. E não me refiro às atrocidades que os Aliados cometeram nos países que foram libertar dos nazis. Isso é um assunto bem mais complexo e polémico. A obra de Robert Harris tem o título na máquina infernal, uma encriptadora, que os alemães construíram na Segunda Guerra que deu cabo da cabeça aos Aliados durante os primeiro quatro anos de conflito: Enigma. Infernal, porque todos os dias o código base era alterado, e já de si bem difícil era de ser decifrado, tornando quase impossível descobrir