À procura de "Lorenzo"

"Cartas a Julieta", filme mediano, de Gary Winick, realizado em 2010, com Vanessa Redgrave e Amanda Seyfred. É a procura de um antigo amor, Lorenzo Bartollini, de Claire (Vanessa Redgrave), mas na realidade o leitomiv é o sonho de Sophie querer ser escritora e ter viajado até Verona em busca de inspiração. Um filme pouco mais do que mediano, a meu ver, mas que me fez regressar a esse outro sonho (meu) de viajar pela Toscana, uma das minhas regiões de eleição e do sonho de uma grande viagem, com tempo e calma, de terra em terra, travando conhecimentos com habitantes de terriolas pitorescas. O encontro com essa luz e pedra vermelhas, esses campos ondulantes onde os ciprestes se impõem na paisagem, tornando-a única.

Depois, há o vinho italiano! Há a gastronomia fantástica. A música, e essa outra da mais bela língua del Mondo.



Quem não gostaria de efectuar uma viagem destas na sua companhia preferida, sem pressas, fazendo reservas de hotéis ao ritmo da vontade e desejo do momento? Sentar-se no jardim de um desses pequenos hotéis regionais, ler e escrever, enquanto se espera pelo pequeno almoço, e depois uma dessas conversas de horas, sobre o estado das coisas, as pessoas, os sonhos perdidos e os conquistados, as ideias, as mais sensatas e as mais loucas que, ali, pela atmosfera única da paisagem ganham coragem e se revelam?

A Toscana, como a Provence, são duas regiões do meu imaginário, que conheci, sempre sentidamente de passagem, conhecimento demasiado efémero, desejo e sonho sempre adiado. A oportunidade, como a companhia nunca se conjugaram, Mas diz-e que o que fica em sonho é sempre o mais desejado e mais belo. Penso e espero que não. 

Ao ver este filme, reavivei este desejo de lá voltar. Viajar de carro, um tanto sem destino certo, ir decidindo pouco a pouco ao ritmo do dia, ao impulso do momento, o calor de Itália no Verão, a luz, bem diferente da das nossas paragens, o vento quente que entra pela janela, uma música adequada, ou não, se a conversa nunca tiver fim, se a energia nunca se esgotar e a vontade de ir e ir e ver mais e a viajar não terminar...É o imaginário que este filme modesto, com uma grande actriz me inspirou. 

Há, no mundo, locais assim. Que nunca nos deixaram, desde a primeira vez que os conhecemos, nem que de passagem. E alguns elementos do filme ainda me fascinaram, por acréscimo à Itália mais bela. A escrita, o sonho de ser escritor, a tranquilidade dos campos no Verão, as vinhas, as construções de pedra amarela-avermelhada. O verde dos campos. Uma paisagem inesquecível. No país onde a música começa na língua e todos os dias está em todo o lado. A música, uma companhia e inspiração para a vida. 

Toscana...

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