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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

A luz que é preciso ver

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Ao fundo, aproximava-se uma nuvem que não era bem-vinda, porque vinha carregada de tudo o que não era esperado, nem desejado. Mas não se sabia. O dia começara havia pouco e num céu que queria ficar azul, havia esse anúncio que não se adivinhava. Normalmente, não dava qualquer importância a uma simples nuvem pressagiante, pois presságios, adivinhações ou determinismos não eram da minha esfera de preferências. E o dia foi andando e não foi andando bem. Sempre recebia essa luz, pouco a pouco, uma e outra vez, e a queria receber e nem ela a conseguia ou sabia receber bem. Foi-se consumindo o dia, porque todos se têm de gastar. Uma fatalidade, por vezes abraçada, por vezes detestada. Num dia branco, sem ocorrência que se quisesse memorizar, querer-se-ia que continuasse branco, até que a negra noite o apagasse de vez. Foi música e leitura, poucas. Foram pensamentos parvos e ansiedade e tudo continuava à espera de correr bem, antes que a dança acabasse, antes que se apagassem

A prova social e a falácia

Viver em sociedade é um caso de estudo. Desde há muito. Mas há algumas falhas fundamentais, nos estudos sociológicos, muito vincados à disciplina da investigação. Um problema da Ciência, que a ela mesma nunca quer reconhecer. O simples facto de muito investigador se dedicar a um mesmo assunto, ou a assuntos próximos, perverte o raciocínio e principalmente os resultados, feridos de demasiada estatística.  Em sociedade vivemos todos, mesmo que os nossos dias se limitem a acordar e adormecer numa povoação remota, numa habitação isolada, apenas com a família e o trabalho nos campos adjacentes. Uma família é também uma organização social, ou a sua célula mais elementar. E viver em sociedade pressupõe, ou deveria, um comportamento colaborativo, teoricamente existente. Ele existe, quando entramos num transporte público, e há mais pessoas a entrar às quais não podemos ser indiferentes, ou pelo facto de todos os lugares estarem ocupados e nos termos de cingir a ficar de pé, mesmo sem c

O mundo perfeito somos nós

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Num mundo perfeito, abraçaria a neve e com ela faria bolas cintilantes e flocos em estrela para tas oferecer, assopraria as nuvens que se quisessem tornar cinzentas não as deixando pairar sobre ti, escorraçaria o frio para que o mundo fosse um abraço quente e te envolvesse. Num lugar único, ergueria uma cidade onde sentisses tudo perfeito à tua volta, a música te deixasse dançar entregue à alegria e ao êxtase, o tempo não fosse medido em dias ou horas mas em momentos perfeitos, que se encaixassem em teu redor, à medida do que tu quisesses. Num abraço forte, iria proteger-te e nunca mais te queria vir sair dele triste ou indefesa. Num beijo, te daria um mundo novo que quisesses provar e nele te envenenasses para sempre. Num momento de paixão te prometeria tudo a teus pés. A fazermos amor... ...te levaria à Lua mil vezes, só para ter o prazer de voltar e te levar de novo, uma, outra e uma vez mais. Se o mundo fosse perfeito, não existiríamos nele. Porque somos gente e gente